sexta-feira, 11 de maio de 2007

e08-usando o google acadêmico e a pesquisa avançada



1.)Arte
IMPRESSIONISMO: 230 ANOS DE LUZ

Numa tarde fria de abril de 1874, na cidade de Paris de 230 anos atrás, foi organizada no ateliê do fotógrafo Maurice Nadar uma exposição de jovens pintores preocupados com uma nova forma de expressar a luz em seus quadros. Foi a primeira "Exposição dos Impressionistas", que iniciou oficialmente o movimento artístico que viria a ser considerado como o de maior influência sobre a arte moderna. No grupo original estavam Monet, Manet, Renoir, Sisley, Degas e Pissarro, que figuram entre os principais nomes do movimento.

As descobertas da época sobre a fotografia, óptica, física e sobre o funcionamento da visão possibilitaram a exploração de novos parâmetros e concepções por esses artistas vanguardistas que, após a invenção da fotografia, não mais necessitavam retratar a realidade de maneira descritiva. A arte de então buscava retratar a realidade o mais fielmente possível. Após a fotografia, uma discussão sobre o papel da arte veio à tona, levada pela liberdade adquirida de expressar nas telas as impressões sentidas pelo artista.

Os impressionistas pintavam ao ar livre, privilegiando a luz natural para registrar as tonalidades que os objetos adquiriam ao refletir a iluminação solar em determinados momentos do dia, o que concedia imagens luminosas e coloridas da realidade a seus quadros. Esses pintores discordavam das correntes artísticas acadêmicas da época por considerarem todas as coisas dignas de serem pintadas, libertando-se da tendência em retratar, prioritariamente, figuras humanas.

Os impressionistas buscavam também uma expressão artística que não estivesse focada na razão e nem na emoção, mas sim que refletisse as impressões da realidade impregnadas nos sentidos e na retina. Segundo a professora de história da arte da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Claudia de Mattos, "no impressionismo encontramos pontos de luz estruturando a imagem, em uma mimese do funcionamento biológico da visão".

Esta decomposição da pintura em elementos mais simples repercutiu no desenvolvimento de uma nova maneira de pintar. No impressionismo, após a decomposição do real, a luz é utilizada como o elemento de construção da matéria.

"A luz para os impressionistas constrói a forma, não apenas se reflete sobre ela" analisa a doutoranda em história da arte pela Unicamp, Paula Vermeersch.

Essa visão vanguardista, que tinham os impressionistas, causou uma tensão no ambiente artístico-cultural de Paris em meados do século XIX, e dificuldades em ser compartilhada pelo público e pelas instituições artísticas. Uma batalha ideológica em favor da nova maneira de pintar se iniciou na imprensa parisiense, liderada pelo escritor, jornalista e crítico de arte na época, Emile Zola. Ele escreveu inúmeros textos defendendo as obras de Manet, aclamando a arte realizada pelos impressionistas como a mais moderna da época.

Além das descobertas científicas, os impressionistas foram influenciados também pelas correntes positivistas da segunda metade do século XIX, dando lugar a noções mais "objetivas" e "científicas" da realidade, propiciando maior espaço à experimentação. Monet, por exemplo, se interessava pela influência da luz nos diversos momentos do dia e nas várias estações do ano, pintando sistematicamente séries de quadros de uma mesma paisagem sob diferentes condições luminosas.

Os efeitos ópticos descobertos pela pesquisa fotográfica, sobre a composição de cores e a formação de imagens na retina do observador, influenciaram profundamente as técnicas de pintura dos impressionistas. Esses artistas já não mais misturavam as tintas na tela, a fim de obter diferentes cores, mas utilizavam pinceladas de cores puras que, colocadas uma ao lado da outra, são misturadas pelos olhos do observador, durante o processo de formação da imagem.

"O impressionismo abre as portas para a pintura moderna, influenciando todas as gerações seguintes, pela quebra da totalidade, pela fragmentação. Além disso, a informação visual é complementada pelos olhos do observador, no processamento da imagem. A partir do impressionismo o trabalho do artista deixa de ser metafórico" considera Branca de Oliveira , professora de história da arte da Universidade de São Paulo (USP).
O impressionismo chega no Brasil já consagrado no exterior. O país vivia, então, uma fase nacionalista, em pleno processo de construção de uma legítima "Escola Brasileira de Artes". "A linguagem artística que ecoava com mais força na época era o realismo, por possibilitar a retratação de temas regionais" informa Cláudia.

Entretanto, as técnicas desenvolvidas pelos impressionistas acabaram influenciando a maneira de pintar de alguns artistas brasileiros. As tendências impressionistas podem ser observadas nas obras de artistas como Almeida Junior, Georgina de Albuquerque, Anita Malfatti, Eliseu Visconti e João Timóteo da Costa. Algumas das obras desses artistas podem ser vistas da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

As orientações estéticas e a composição das imagens utilizando os princípios impressionistas estão presentes até os dias de hoje nas produções gráficas, na propaganda e em outras formas de comunicação de massa. O impressionismo acabou por influenciar toda a produção artística do século XX, levando também à sua maior popularização. Para a professora da Unicamp, "a arte impressionista é o tipo mais popular de arte e que apresenta um amplo mercado alternativo. É o tipo de pintura mais relacionada à vida moderna."(Luciene Zanchetta)

Bibliografia: www.cienciaecultura.bvs.br

2.) Monet
"As telas de Monet expostas no Brasil são do acervo do Museu
Marmottan-Monet de Paris. Pertenciam a Michel Monet, o segundo filho
do pintor com Camille Doncieux. Com a prematura morte de Michel,
os quadros foram doados à Academia de Belas Artes de Giverny e,
posteriormente, ao Museu Marmottan. O acervo é composto por mais
de 80 telas, além de quatro pastéis e três desenhos. Também possui obras
que foram da coleção pessoal de Monet, dentre elas encontram-se telas
de amigos contemporâneos: Caillebotte, Guillaumin, Manet, Morisot e
Renoir. A clássica tela
Impressão, Nascer do Sol
, de 1873 – que infelizmente
não esteve no Brasil –, foi acoplada à coleção de Monet no Marmottan
por doação da filha única do médico Georges de Bellio: Monet
havia pagado pela cirurgia de catarata com este quadro.
Claude Monet foi um destes artistas que sobreviveram pela obstinada
paixão pela arte. Filho de um próspero comerciante, desde criança
dedicou-se a desenhar caricaturas, passando do lápis ao pincel graças a
insistência de Eugène Boudin, seu primeiro mestre nas telas. Ao chegar
a Paris, em 1859, conheceu Camille Pissarro, com quem passou a sair
em busca de cenários urbanos da capital francesa para pintar. O serviço
militar prestado na Argélia foi decisivo para a carreira do pintor. Numa
carta afirmou: “as impressões de luz e cor que lá recebi só se organizaram
mais tarde; continham o germe de minhas futuras pesquisas com a
cor”.
De volta a Paris, em 1862, juntou-se ao grupo dos jovens Renoir,
Whistler, Sisley e Bazille, todos alunos do ateliê de Charles Gleyre. Iniciase,
assim, a história do movimento artístico moderno na pintura, o Impressionismo,
que deu início ao caminho rumo à abstração. Obviamente,
os impressionistas não se sabiam impressionistas. O nome foi criado
por Louis Leroy, crítico de arte que escrevia para a revista satírica
Chavari ".(Márcio Mariguela.Professor da Faculdade de Filosofia,História e Letras (UNIMEP)

Bibliografia: www.unimep.br

3) O Artista

O artista – Retrato de Marcellin Desboutin (1875), de Manet, é uma das mais emblemáticas obras do Impressionismo. Segundo o próprio Manet, o retrato de Desboutin sintetizava “toda uma época”, expressão que conseguiu pintando, ainda em suas palavras, apenas “a mais extraordinária personalidade do bairro”. Com esta tela, Manet confirmava sua adesão à Nova Pintura que surgia, o impressionismo, praticada pelo grupo de artistas que incluía o retratado.

A tela foi uma das duas obras enviadas por Manet para o Salão de 1876, onde foram vetadas. Chocado com a rejeição, Manet decidiu mostrá-las em seu ateliê – “o salão de um recusado”. Um crítico da época disse que esta “teria sido uma das telas mais fortes do Salão”.
http://masp.uol.com.br/exposicoes/2006/manet/

4) A Era do Impressionismo

Tendência estilística que dominou a pintura, sobretudo francesa, no último quartel do século passado. Anti-acadêmico e anti-romântico, o Impressionismo preparou o caminho para todas as manifestações artísticas que se lhe seguiram, e teve em Manet, Monet, Renoir, Píssarro, Sisley, Morisot, Degas, Brazille, Boudin, Cassatt, Cézanne, Gauguin, Seurat, Signac, Lautrec e Van Gogh seus principais representantes.

A denominação impressionismo tinha de inicio cunho pejorativo, e foi utilizada por um crítico de arte, Louis Leroy, para designar a espécie de arte que pudera ver na primeira coletiva da Société Anonyme des Artistes Peintres, Sculpteurs et Graveurs, realizada entre 15 de Abril e 15 de Maio de 1874 em Paris (Lê Charivari, 25 de Abril de 1874). Derivava do nome de um quadro de Claude Monet então exposto: “Impressiona u Soleil Levant” (1874). Não era porém a primeira vez em que a condição de Impression, peculiar a todas as obras participantes da mostra de 1874, era posta em relêvo por críticos: Castagnary, por exemplo, afirmara em 1864, referindo-se à pintura do holandês Jongkind: “nela, tudo não passa de impressão”. E Daubigny era tido, em 1865, como “chefe da escola da impressão”.

A referência a Manet é importante: esse artista, que só muito relativamente se considerava um impressionista, estética a que o conduzira sua cunhada, Berthe Morisot, trocara o recinto das mostras do grupo pelo Salão Oficial, no qual acabara de ser aceito após inúmeras recusas, desde que expusera no de 1865 sua célebre tela “Olympia”. Manet, por muitos considerado como o mais importante precursor do impressionismo, em verdade converteu-se à tendência apenas em 1875, com a obra “Lê Grand Canal”, feita em Veneza. Ainda um ano antes, convidado a tomar parte na primeira coletiva do grupo, recusara-se terminantemente. O crítico François Mathey chama-o de “clássico, passando por criador do Impressionismo, quando não é senão a última malha de uma longa tradição pictórica: Chardin, Watteau, Corot, Manet”, o que não deixa de ser procedente, tanto mais que no Salão de 1881 é lhe concedida a Medalha de Segunda Classe (pela obra “Retrato de Pertuiset, o Caçador de Leões”, hoje no Museu de Arte de São Paulo), e ainda em 1882 a Legião de Honra, um ano apenas antes de sua morte.

http://www.portalartes.com.br/portal/historia_era_do_impressionismo.asp

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